As Mídias de Skate

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É impossível negar o valor e a importância que as mídias de skate possuem.

O quanto elas contribuíram (e contribuem) na evolução e divulgação do esporte – ou do lifestyle, como preferirem.

 Imaginem os princípios do skate, só uma galera andando e se divertindo.

Ninguém mais sabia o que eles estavam fazendo. Ninguém poderia imaginar que tipo de manobras estavam sendo criadas.

Mas no momento em que o primeiro jornal fez a primeira reportagem (possivelmente denegrindo o skate… hehehe!) muita gente deve ter ficado curiosa.

Depois disso, certamente vieram alguns zines: uma coisa mais local, e que possivelmente mal alcançava alguns bairros.

E eventualmente a cena deve ter crescido a ponto de despertar em algum maluco a ideia de fazer uma revista, especializada em skate. Pode não ter sido exatamente assim  também, nem é minha pretensão fazer uma linha do tempo perfeita, mas apenas uma romantização, um exercício de imaginação para ilustrar a conversa de hoje.

 

Tentem imaginar o impacto na época: ali na sua mão, um veículo de circulação regional ou mesmo nacional, com fotos coloridas, de página inteira, manobras que muitas vezes nem tinham sido “voltadas”, mas que renderam um clique incrível. A cobertura de um campeonato, uma entrevista com algum grande skatista, propagandas com lançamentos de equipamentos…

Sim, eu sou um saudosista das revistas de skate. Adoro folhear uma revista, ver as fotos grandonas, tentar entender uma trick só acompanhando aquela sequencia de 9 fotos, onde skatista e fotógrafo nos fazem imaginar o movimento, como posicionar os pés, o giro do skate… sem contar no prazer de chegar no pico com uma revista, sentar com uns amigos e comentar cada página!

 

Mas não confundam meu apego às revistas com ser um hater das mídias modernas!

Eu mesmo já escrevi para uma revista, guardo cada edição com carinho, e sou muito feliz de ter podido de alguma forma contribuir com a história desta revista. E hoje, escrevo aqui no Skateboarding, uma mídia digital e sou muito grato de poder fazer parte dessa história também. Não tem aquele apelo romântico, de rasgar o plástico, ver se veio algum adesivo naquela edição e tudo mais, porém é inegável o alcance absurdo que as mídias modernas têm, e o poder de levantar uma questão, gerar um debate, uma interação com pessoas de vários pontos do país ou do planeta! São propostas diferentes, que no meu ver, se completam e podem coexistir tranquilamente.

E quem aqui é velh..., digo, vintage o suficiente para se lembrar da primeira vez que se juntou com a galera para assistir aquela cópia pirata de uma fita VHS, que em si já era uma cópia de outra cópia? A imagem era horrorosa, o som era terrível, mas era mágico aquele momento de abrir a caixa, colocar no videocassete, ver a propaganda do FBI ameaçando que a gente podia ser preso e processado a qualquer momento... e depois era só diversão!

Pois então, podia ser mágico e ainda me trazer algumas boas memórias, mas sinceramente eu prefiro assistir os vídeos com imagens ultramegablaster HD na minha TV, no computador ou até mesmo no celular (nesse último nem tanto). Sem contar com o fato de que fitas e DVDs se desgastavam com uso e com o tempo, a ponto de não funcionarem mais.

E ainda tem o imediatismo dos vídeos digitais: quanto tempo levou para a primeira cópia de The Search for Animal Chin chegar nas suas mãos ou de algum conhecido? E a função de ter que comprar os cabos específicos, levar outro videocassete para a casa do dono da fita e fazer uma cópia, que levava o tempo que durasse o filme?

Hoje o mundo inteiro vê na hora o esperado lançamento daquela videoparte, ou do novo rough cut da Thrasher.

 

Quando se trata de fotografia, eu ainda prefiro ter em casa umas revistas, ou aquele livro feito com papel de altíssima qualidade. Mas também não é por isso que vou deixar de acompanhar as postagens no instagram, né!

Já os vídeos, estes eu não me apego tanto às mídias analógicas, gosto de acessar eles na internet onde e quando eu quiser!

 

Desde que sejam mídias especializadas em skate, é claro. Isso é algo que a galera, principalmente a nova geração, precisa entender e aprender a valorizar.

Porque depois das Olimpíadas começamos a ser bombardeados por trocentas matérias de mídias leigas, com coisas que até nem agregam nada, e muitas vezes com algumas atrocidades que chega a doer na alma só de ver ou escutar! Hehehe!

 

Deixo aqui meu salve à todas as mídias de skate, um muito obrigado por existirem, por terem existido e por registrarem nossa história!



Max Rivera

Skatista oldschool, anda de skate por puro amor ao carrinho.

Criador da Lisco Skateboarding Co. e entusiasta do skate feminino. Vive o skate no seu dia a dia, entusiasta do skate for fun, antes de mais nada. Porque a base de tudo ainda é aquela session com a galera, a resenha, as risadas e a diversão.

A evolução e as tricks são consequência.

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