Qual o limite do skate?

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Até onde é louco demais e quando se torna idiotice demais uma trick? A cada dia que passa o skate tem evoluído mais e procurando novas barreiras, e isso nos leva a novos obstáculos, com um grau de dificuldade cada vez maior que claramente leva também a riscos maiores, mas isso realmente vale a pena? Ou seria um mal exemplo para as futuras gerações? Ou pode até mesmo queimar o filme do skate?

 

 

De verdade, o skate sempre teve como sua base a quebra de paradigmas e limites, o intuito em procurar picos novos para muitos sempre é a questão do fazer algo em um lugar onde poucos fariam, e isso vem da história do skate em si. Há anos os de fora vem assistindo vídeos e campeonatos e falando “Genti qui bissurdu u que essis mininos faz com essis carrinhus!”, mas não dizem isto como uma forma de “Que legal o que eles fazem!”, mas sim de “Isso pode matar o mininu!”. Você mesmo deve ter ouvido comentários do tipo na sua infância e até hoje em dia, a única diferença é que antigamente um absurdo era descer um corrimão curto, mas hoje estamos falando de, escadarias gigantescas, rampas com 8 metros de altura, penhascos, prédios abandonados, e por aí vai.

 

Tudo isso porque o skate procura, como dito, quebrar os limites. Chegou uma hora que o corrimão não bastava mais para alguns. Eu entendo, para meros mortais como nós o corrimão ainda pode ser uma nota de suicídio, mas sério, pergunta para o Vanderley Arame o que faz o sangue dele ferver? Provavelmente muitas coisas aceleram sua adrenalina, porém poucas coisas o fazem ficar com aquele sentimento de “PQP EU CONSEGUI!”, assim como outros como o próprio Bob (Burnquist)ou o Nyjah (Houston); muitos outros que estão sempre a procura de limites pessoais que acabam fazendo as pessoas ficarem sem reação perante aquilo.

 

 

Isso tudo se enquadra numa questão similar a das Olimpíadas, tipo, você não é obrigado a dropar um half de um helicóptero só porque o Danny Way fez, ou mandar um tail (não lembro exatamente o que foi) no parapeito de uma cobertura como o Nyjah, ou mandar um fifty entre dois prédios abandonados (sem contar outras loucuras) como o Arame. Você faz se quiser! E as crianças? Isso vai influenciar elas? Pode até ser, mas neste ponto, quem sou eu ou você para limitar o que essa criança vai fazer? A não ser que você seja o pai dela, que aí sua função é impedir que seu filho tente algo que claramente ele não tenha a habilidade de fazer, pois de resto, eu não posso falar para qualquer outro skatista o que fazer ou não. Isso é uma das premissas da essência do skate que é a liberdade e o Go For It. Se quer fazer faça, mas é a sua rodinha em risco...

 

Para não estender, toda vez que ver um vídeo ou um skatista fazendo algo que é absurdo, olhe e torça por ele, ou se não for algo que você bota fé, sai fora, não precisa ficar também “hateando” alguém por fazer uma loucura, pois você mesmo admirou skatistas incríveis ao longo dos anos que faziam loucuras que eram absurdas para sua época. A única diferença é que hoje o nível subiu e vai continuar subindo, e cada vez mais o nível será mais absurdo. Então nem esquenta a cabeça, só não seja o tiozão que ficava falando para você se era arriscado ou não fazer algo com seu skate e te impedia (tipo a tia que jogava água nas crianças ou o velho que corria atrás das crianças para não descer a ladeira porque era muito arriscado). #eusouskatista

OBS.: os vídeos a seguir tem uma duração mais longa.

 

 


Marcelo Sanzoni

Skatista, com o trabalho em mídia no Canal Eu Sou Skatista desde 2016, militante do skate e sempre focado em divulgar a cultura e a essência do skate, transmitindo pelo menos duas lives por semana no Instagram a mais de um ano e dando voz a lendas, skatistas do dia a dia e fomentadores do skate, aquele que já entrevistou do menino do bairro até Sergio Negão e Tony Hawk, sempre por amor ao skate!.