Skate Solidário

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Como nasceu a ONG Skate Solidário?

Devido minha paixão pelo skate e o ideal de ajudar o próximo, decidi desenvolver um projeto.  Passei então a procurar pessoas interessadas em ajudar na causa, até então nunca desenvolvida e tão pouco vista.  Agregar conhecimento e levar a aqueles que têm mais dificuldade de acesso. Transformar a realidade de pessoas que muitas vezes não tem oportunidade por falta de informação.

 Coletividade, cultura, esporte, lazer, arte, fotografia, vídeo são elementos totalmente ligados ao Skate.

Vi então no “Skate” uma ferramenta ideal para meu propósito. Desenvolver cidadania, capacitar o individuo para se apresentar a sociedade de forma digna. O skate é apaixonante, um verdadeiro estilo de vida capaz de ajudar nessa transformação. Recorri a antigos amigos e também procurei a nova geração de skatistas. Encontrei ótimas pessoas e suas idéias. Mostrei a todos minha proposta.

Foi assim que fundamos a ONG Skate Solidário em 2006.

 

Porque fazer a ONG?

Venho da prática do Skate desde a década de 70 e a idéia original de fundar a ONG foge de tudo que já havia no Skate até então. Usar a prática do skateboard como ferramenta a fim de desenvolver cidadania em locais de maior vulnerabilidade social, onde crianças e adolescentes estão em situação de extremo risco. Fui a vários campeonatos e exibições de Skate nas periferias das grandes cidades onde os moradores eram meros espectadores, ninguém dali participava efetivamente. Por falta de oportunidade. Só participavam assistindo.

Dar oportunidade àqueles que têm maior dificuldade de acesso.

 O skate nasceu nas classes sociais mais elevadas. Fiz o inverso, quis levar o skate às crianças e adolescentes que vivem em abrigos infantis e favelas onde vejo a desigualdade social gritando

Pensei então nas inúmeras oportunidades que poderia desenvolver através do skate.Trabalhando aspectos sociais, culturais, esportivos, desenvolvimento pessoal através do convívio, geração de renda além do grande barato que é andar de skate. É claro!

Como foi teu inicio? Como surgiu a ideia?

O inicio foi de muito estudo, a fim de desenvolver um trabalho com propósito. Tive que conhecer efetivamente o cenário onde pretendia aplicar as atividades.

 A idéia nasceu com o intuito de transferir conhecimento obtido durante toda minha vida.

 

Quem te ajudou bem lá no começo? Teu primeiro “patrocinador”.

Desde o inicio tive o apoio da minha família. Os velhos amigos também me ajudaram:Douglas FordeloniAranha, Gilberto Cossia, Ronaldo Nadox. Já da nova Geração Fabio Gueraldini, Leonardo Gussi ajudaram a fundar a ONG.

 Wanderley Arame, Daniel Marques, Paulo Neguinho DER, Allan Carvalho,Willian New.  Franz Fozi, Xande Maloca, Felipe Dentparticiparam das primeiras ações e eventos  desenvolvidos pela ONG. Tivemos outros parceiros como oNascimento da The House.

A Coordenadoria da Juventude patrocinou o Circuito Skate na Escola que correu a Cidade de São Bernardo em 2008.

Em 2011 criamos o Ponto de Cultura Casa do Skate.  Convenio de 3 anos com Ministério da Cultura e Secretaria de Cultura de São Bernardo.

Em 2014,através da Lei Paulista de Incentivo ao Esporte a Nestlé patrocinou projeto na favela do Paraisópolis ao mesmo tempo em que Arcelor Mittal patrocinava projeto Skate Solidário Zona Leste.

Em 2016Arcellor OI e OI futuro patrocinaram as edições 1 e 2 do projeto Skate Solidário 2016 até 2018.

2019 Arcelor Mittal patrocinouedição de numero 3

A edição 4 tem  patrocínio diretamente com Governo do Estado através da Lei Paulista de Incentivo atendendo 7 polos em São Paulo e um polo em Santo André. (Capacidade de atendimento de360 alunos)

Em São Bernardo estamos atuando em 4 pólos atendendo 200 alunos. Com patrocínio direto com Secretaria de Esportes do Município, onde também somos responsáveis pela equipe de base e dos competidores avançados.

Quais as principais dificuldades encontradas no inicio, e hoje?

Pesquisei bastante para ver se algum grupo ou instituição que já fazia algo parecido com o que eu tinha em mente. Foi aí que me deparei com a grande primeira dificuldade. Não existia nada com cunho social relacionado ao skate. Tive que criar tudo sozinho. Foi um período de muito estudo e reflexão, criar princípios não é fácil. O pouco recurso dificultava as ações.

 Assim escrevi os primeiros projetos e passei a procurar onde aplicá-los.

Foi quando entreguei em mãos de pessoas que se diziam querer ajudar... Daí...por vezes encontrei meus projetos tentando ser executados por outros grupos. Teve até um cara que me pediu o estatuto, devido a uma oportunidade que teria surgido na Câmara dos Vereadores de São Paulo.  Entreguei em mãos e o tal sumiu nunca mais apareceu. Após poucos meses vi surgir outra ONG com os mesmos princípios.

No início, a maior dificuldade era o skate ser levado á serio, hoje o difícil é entender o que algumas pessoas e instituições querem em nome do skate.

Porém também tenho visto muito trabalho e dedicação de alguns coletivos.

 

De onde vieram teus incentivos?

A minha família sempre me apoiou. Eu mesmo investi bastante recurso pra que tudo desse certo, alguns membros da diretoria também apoiaram. Hoje contamos com incentivo de leis dos governos Estadual e Federal, além da parceria direta com Município. Também contamos com ajuda de alguns doadores.

Qual tua maior vitória? E a maior derrota?

Tive algumas vitórias. Manter nossos projetos durante a pandemia foi uma delas. Superamos o inesperado período critico mundial. Conseguimos distribuir mais de mais de 5 cinco Toneladas de alimentos nesse difícil período. As famílias mais necessitadas dos nossos alunos de Skate receberam cestas básicas, mascaras, álcool gel e informações pertinentes a situação.

Outra vitória foi ver formado na Faculdade um colaborador que se desenvolveu aqui na ONG . É o caso do Carlos Bin Laden que esta conosco há 12 anos. Tornou-se um de nossos melhores professores.

O David, morador da favela Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo foi um de nossos alunos nas primeiras turmas quando levei o projeto pra lá através da Lei Paulista de Incentivo ao Esporte. Hoje é um de nossos colaboradores, atua como monitor em 4 pólos no projeto da Zona Sul em São Paulo.

... Nunca encarei nada como derrota. Mesmo tendo dificuldades procurei superar, sempre tive tudo como um grande aprendizado, o que me deu mais força para seguir em frete. Aproveitei tudo e construi minha trajetória

 

Quando leva uma “porrada”, qual tua motivação pra continuar?

Levei muita porrada, principalmente dos oportunistas de plantão, além de quem não faz nada e julga o trabalho alheio.

 Minha motivação é meu ideal. Ver transformar a realidade de pessoas que não viam opção de crescimento. Desenvolver cidadania através da pratica do Skateboard.  Poder passar o que conheço e aprender com o que compartilho. ...ver pessoas felizes é motivo de orgulho. Isso ajuda na caminhada.

 

O que você espera do skate pós Olimpiadas?

O Skate pós Olimpíadas? Tenho que pensar...

 Inicialmente, o skate pra mim, não combinava com Olimpíadas. De repente vimos o Skatista inserido numa situação de atleta. Então tenho que rever antigos conceitos.  

Uma vez que já que fazemos parte delas, espero que nossos próximos representantes estejam preparados para elevar ainda mais o nosso país nessa modalidade esportiva. Já na primeira edição das olimpíadas nossos representantes mostraram que o Skate brasileiro esta em alto nível. Espero que nossos Skatistas mantenham a essência do skateboard, que é a pura diversão e estilo de vida. Ninguém precisa ser esnobe só porque ganhou um campeonato rsrsssrss

Agora encarado como esporte olímpico o Skate tem maior visibilidade que deve trazer oportunidades de emprego, geração de renda e formação de atletas. E aquecimento do mercado street wear 

O ruim são os oportunistas que só estão nessa por dinheiro

 

Do que a ONG sobrevive?

Além da ajuda de doações diretas da própria diretoria e de simpatizantes espontâneos, a ONG Skate Solidário sobrevive de projetos incentivados, parcerias com iniciativa privada e com poder público. Realizamos eventos oficinas de Skate e fingerboard, sessões de fotos e autógrafos, palestras e workshops com nossos profissionais. 

Temos também loja virtual e física, além de bazares realizados com certa frequência. Estamos fazendo com que a ONG se torne autosuficiente. Estamos reformulando nossa marca e em breve, faremos o lançamento da nova Identidade visual. Isso será muito importante para nosso posicionamento no Mercado.