Skate e a contracultura – Skate Punk

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No último post, fiquei pensando sobre o movimento skate punk, que uns defendem ter existido e outros dizendo que apenas foi uma fase onde skatistas ouviam punk rock.

Acredito que no Brasil ele não foi tão difundido como um movimento, apesar de ter tido alguns representantes fiéis ao movimento, como os Grinders.
Já nos Estados Unidos, essa cena foi muito diferente. Skatistas se juntavam e faziam o autentico som de garagem, onde muitos creditam o surgimento do punk rock, nos anos 60.
Bandas como The Trashmen, The Sonics, The Tropics, The Rationals ou até Iggy Pop com seu Stoogies, já faziam sua pancadaria muito antes.

Na primeira metade dos anos 80, em San Francisco, surge a revista Thrasher, um marco divisório do skate como atitude, ditando moda, música e comportamento. O skatista não era mais apenas o esportista.  Tinha uma identidade peculiar. Se vestia diferente de todos, procurava ser diferente de todos.  E obviamente a música fazia sua contribuição importante em tudo isso. Skatistas montavam bandas de garagem, faziam um som agressivo, urbano e rápido, como a própria evolução do skate na época. O skate já se distanciava cada vez mais do surf e se identificava com a cena punk e hardcore que estava em mote na época.

A Thrasher, altamente envolvida com esse movimento todo, lança em cassete, como encarte da revista em 1983 uma série chamada “Thrasher Skate Rock”. Algumas bandas tinham skatistas em sua formação como a The Faction, de Steve Caballero. Tiveram 7 volumes originais, sendo depois substituídos por outras compilações ao longo do tempo. Mas a marca então foi deixada.



O sucesso foi imediato! Campeonatos eram feitos com essas trilhas, os primeiros vídeos de skate também. As bandas TSOL, 7 Seconds, McRad, JFA, Agent Orange, Minor Threat, Misfits dentre muitas outras serviam de inspiração e adrenalina nas sessões, campeonatos e faziam a cabeça da molecada e embalavam o dia a dia de quem andava de skate.


No final da década, algo curioso estava acontecendo: Outros gêneros musicais estavam servindo de influência. Jazz, Rap e Heavy Metal estavam dividindo espaço com o Hardcore, que já começava a ser mais leve, comercial. E o punk rock já não era mais tão influente assim. Então surgia Suicidal Tendencies, Primus, Pennywise, House of Pain, Millencolin dentre outras.

Hoje, 30 anos depois, a musica é mais democrática. Cada um tem seu som de preferência, e não há mais a tendência de um gênero para se identificar no grupo. Mas o espírito punk ainda vai permanecer com essa chama acesa, enquanto o skateboard existir!